quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL!



 
Todo ano tem natal. Tão esperado, tão festejado...

Época de votos de felicidades e realizações, de cartões bonitos, de mensagens motivadoras e emocionantes.

Todo ano tem natal... de onde tirar criatividade e inspiração para escrever algo novo e interessante sobre o mesmo tema ano após ano? No natal passado já reeditei algo que havia escrito há uns anos em um momento parecido, justamente por estar sem idéias para escrever uma mensagem natalina. Ficou muito bom, mas não da pra forçar a barra e colocar a mesma coisa aqui de novo.

Bem, que seja. Não da pra querer reinventar a roda nem querer ser o supra-sumo da criatividade.

Querendo ou não, desconsiderando religiosidades, fanatismos e exageros, o natal é uma época boa, em que recebemos e doamos muita energia positiva além dos presentes materiais.

Aproveitando este momento gostaria de desejar a todos, paz, amor, tranqüilidade, congraçamento, perdão indo e vindo, esperança renascendo, enfim, tudo de bom que se possa desejar a si ou aos outros.

Gostaria também de agradecer, já que é final de ano, a todos que participaram de alguma forma da minha vida, ajudando, atrapalhando, tanto faz, pois de uma forma ou de outra, tudo acaba sendo positivo.

Agradecer muito, muito, mas muito mais ainda aos que tiveram paciência comigo e com meus textos. Lendo, criticando, gostando, comentando ou apenas fechando a página. É muito bom quando vejo a quantidade de acessos que o blog teve após cada postagem.

Se fosse pedir alguma coisa para mim ao Papai Noel, seria que no próximo ano pudesse ajudar mais. Que me desse criatividade, bom humor, discernimento, coragem, autocrítica para que pudesse escrever mais e melhor. Que fosse útil de alguma forma; para divertir ou para alertar, para entreter ou irritar, mas que conseguisse de alguma maneira mexer com os sentimentos e emoções de vocês. Que pudesse fazer a diferença.
Que comentassem mais e me elogiassem mais, mesmo que fosse só pela camaradagem,

Boas festas a todos, sem muita bebida e com muito divertimento.

Aquele abraço natalino!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Xô...


Qual o pior tipo de doença que existe?
Certamente concordaremos que qualquer uma do tipo fatal. Na verdade, qualquer doença é horrível, principalmente quando é com a gente ou com alguém que nos seja importante, mas algumas doenças não se explicam, não têm remédio ou cirurgia que cure.
São como vírus, pois podem contaminar e disseminar, mas também podem ser desenvolvidas pela própria pessoa. Como um câncer, vão se formando nas entranhas, se espalhando pelo corpo e passam a ser emanadas em todas as direções contaminando os desavisados.
Quer um exemplo? O mau humor. É uma doença grave. Pode ser contagiosa e até fatal. Mesmo que não mate o corpo, acaba destruindo a alma do sujeito e afeta todos à sua volta.
Se a gente não se cuida vai sendo atacado e pode ser contaminado.
Uma pessoa mal humorada pode acabar com o ambiente de uma família, do trabalho e até de esferas mais amplas.
Ta, tudo bem, acabei descobrindo que mau humor já está sendo tratado como doença mesmo. Tem até nome: Distimia, mas nesta minha pesquisa rápida não li nada sobre contágio, e é aí que mora o perigo.
Convivendo com chatos deste tipo, corre-se o risco de contrair esta doença incurável.
Outro exemplo? A inveja. Esta pode ter conseqüências físicas, dependendo do nível, pois pessoas invejosas tentam atingir física ou moralmente os invejados, só que esta não é tão contagiosa, pois procuramos nos afastar destas pessoas.
Negativismo, pessimismo, i... Poderia escrever muito só citando exemplos, destes males ou casos específicos deles, mas não é este o objetivo.
Onde eu queria chegar quando comecei a falar sobre isso?
Não sei bem.
Só queria desabafar e talvez alertá-los sobre estes males que nos cercam. Porém acho sem sentido falar sobre problemas sem apresentar soluções ou opiniões positivistas.
Como evitar? Como prevenir?
Também não sei.
Pensamento positivo é uma boa. Já falei sobre isso. Não é torcer para que o outro melhore ou que não nos atinja. É ver as coisas de outro modo, ignorando as opiniões negativas, contrapondo com nossas idéias e opiniões positivas. Quase sempre funciona como prevenção e pode servir também como antídoto, mudando o estado de espírito do doente. Não cura, mas ameniza. É um paliativo.
Quando não funciona podemos radicalizar realizando uma profilaxia extrema. Limpar o nosso ambiente. Se não dá pra tirá-los de perto de nós, podemos nos tirar de perto deles.
Sai fora! Vaza! Dá no pé!
Negativo aqui nesse corpo, nem o tipo sanguíneo. Só a conta bancária...


Aquele abraço!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Andante


Andava sorumbático pelas ruas do seu bairro. Quase um moribundo; um zumbi. Mal reparava nos vizinhos e transeuntes pelos quais passava e que vez por outra o cumprimentavam.
Apenas caminhava. Sequer percebia alguma coisa. Sua mente transformada em um deserto mantinha apenas as funções vitais e um único pensamento que de tanto repetir-se desaparecia em um zumbido,
Caminhava e pensava em não pensar. Não aqueles pensamentos doloridos e desesperadores.
Instintivamente evitava choques e buracos; instintivamente respirava, piscava e caminhava.
A lembrança da dor o mantinha em movimento. Não queria parar, pois temia que eles o alcançassem, os pensamentos que tanto o atormentaram anteriormente. Antes de começar a andar.
Não saberia dizer a quanto tempo caminhava.
Minutos? Dias? Horas? Não saberia dizer. Nem ele nem ninguém, pois não havia quem se importasse com ele ou com quem ele se importasse. Mas ele não pensava nisso. Não pensava em nada. Apenas caminhava. Um passo após outro, consumindo as distâncias como antes os pensamentos consumiam sua mente e sua alma.
Agora não sentia mais dor, não sentia mais nada. Sede, fome, cansaço, nada. Nada comparável à sensação de desespero ou à dor, a maldita dor que corrói as entranhas. Que não tem início nem fim. Simplesmente existe.
Existia.
Agora nada mais. Nenhuma sensação. Apenas a brisa, o ruído distante das ruas com seus carros, cachorros e pessoas que sussurravam coisas incompreensíveis.
Pessoas que o chamavam por um nome desconhecido; que por vezes o tocavam e insistiam para que os reconhecesse, mas ele não reconhecia ninguém. Ninguém que importasse. Ninguém que fosse...
Não!
Afastou o pensamento rapidamente. Um descuido e eles já queriam voltar; os malditos pensamentos.
Caminhar e caminhar, sem pensar em nada, sem prestar atenção em qualquer coisa que o fizesse relaxar. Eles poderiam voltar com toda a sua carga de dor e sofrimento.
Sensação maravilhosa aquela de vazio. Sentia a leveza da idiotice, a serenidade da ignorância.
Sequer sabia por que andava, por que sofrera, mas sabia que não podia parar. Apenas caminhar e continuar. Querendo ser o que parecia, um moribundo.
Sem pressa, sem destino, rumo ao desconhecido calmo, deserto e silencioso. Onde a mente ficasse finalmente vazia, onde seu coração pudesse enfim descansar e voltar a bater apenas, sem golpes ou sobressaltos.
Passou por mim assim, sem consciência e sem emoções, e assim seguiu, caminhando, fugindo dos pensamentos. Fugindo da dor...



Aquele abraço!



terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cuca

Sou desses que se mete em tudo. Não nos problemas dos outros, pelo menos não muito, mas em atividades, manutenções, invenções, funções em geral.
Não consigo ficar muito tempo parado, sem fazer nada.
Cabe aqui um parêntese esclarecendo que assistir a um filme, por exemplo, “é” fazer alguma coisa. Deitar na rede e ficar olhando as nuvens passando também é uma atividade interessante além de pouco desgastante.
Existem várias atividades às quais a gente pode se entregar por horas a fio, mas não é deste tipo de coisa que eu estava falando, falo de viver inventando coisas pra fazer, procurando sarna para me coçar, como dizia meu pai.
Acho que muita gente é assim, muitos de vocês (no plural, imaginando que mais de uma pessoa vai ler este texto), mas como eu sou a pessoa a quem conheço melhor, vou falar só de mim.
Agora, por exemplo, comecei a fazer cucas, bolos e afins.
Tudo começou com uma máquina de pão que ganhei do meu irmão. Descobri algumas receitas na internet e fui fazer meus pães.
Um pão d’água, um pão de leite, um pão doce, um pão de frutas... Todos ficaram muito bons, mas cuca não teve jeito. Não saiu nenhuma boa.
Sou um tanto exigente na hora de provar um doce e achar “bom”. Sem querer ferir suscetibilidades, posso dizer que sou filho do melhor confeiteiro que já houve, e isto me deixou assim, chato.
Ele foi como o Pelé. Insuperável na sua época, quiçá até hoje em dia, mas não vou afirmar isso para não entrarmos na mesma polêmica de Pelé x Maradona ou Vai x Satriani x Malmsteen.
É assim, eu provo, como, gosto, mas sempre tem a comparação. Mil folhas e sonho, principalmente. Acho que nunca mais comerei algo parecido. A menos que faça eu mesmo. Foi pensando assim que resolvi partir pra briga, em busca da cuca perfeita.
O meu filho gosta das cucas com recheios mirabolantes, com requeijão, ricota, mumu, entre outras coisas. É bom, mas prefiro a minha tradicional, sequinha e com passas.
Peguei várias receitas, errei algumas, mas acho que agora cheguei bem perto. Não ouso dizer que ficou perfeita, mas que ta bom, ta! Leve, sequinha, e com passas. Sem aquele exagero de farofa em cima.
A massa dava para mais cucas, então fiz uma de frutas cristalizadas e uma com Mumu para agradar aos vários gostos.
 Sempre achei que o que faz diferença no teu trabalho é a maneira com o fazes. Não é a ambição, nem a pressão que te fazem trabalhar melhor, sim o gosto pelo que estás fazendo e a preocupação com o resultado daquilo, com o gosto que terá ao paladar, com a satisfação que dará a quem dele usufruir. Seja em que área for que trabalhes, ou qual for o resultado deste trabalho, que ele seja útil e que atenda da melhor forma possível ao público que dele se servir, mesmo que este público seja apenas uma pessoa, tu mesmo, por exemplo.
No dia da proclamação da república eu declaro a minha independência. Posso dizer que sou auto-suficiente em cucas, desde que encontre uma boa receita em algum blog.
Neste momento acabei de saborear uma fatia da minha cuca de passas e vou partir para mais uma. Talvez prove a de Mumu, mas já sei que não será a mesma coisa...

Aquele abraço!

domingo, 30 de outubro de 2011

Cachorro quente


Cheguei na lancheria especializada em cachorro quente, consultei o cardápio e encontrei um que era mais ou menos o que eu estava procurando: pão, 2 salsichas, molho, mostarda, “quétechúpe”, alface, tomate, milho, ervilha e batata-palha.
- Moça, quero este aqui, mas sem “quétechúpe”, milho, ervilha, tomate ou alface.
- Certo. Sem molho, ervilha, tomate e alface.
- Não! Sem MILHO, com molho.
- sem milho e sem molho.
- Com molho!
- Moço, por favor, eu tenho outros clientes pra atender – disse ela impaciente.
- Sim, eu sei, e tenho pena deles – pensei.
- Ok moça. É sem milho – falei.
- Certo. Pra beber?
Bem, à partir daí seguiu-se o diálogo padrão. Peguei um jornal da casa e fui sentar numa área externa, pois era começo de tarde e a temperatura apresentava-se agradavelmente primaveril.
Quando o cachorro veio, eu distraído na leitura, peguei, agradeci e mordi.
Batata-palha... Eu não gosto de batata-palha no cachorro, por que diabos estou comendo um cachorro com batata-palha? Por que não pedi para tirar? E cadê o queijo ralado?
A-há... Solucionado o mistério. Eu li batata-palha no cardápio e imaginei queijo ralado.
Um dia encontrarei uma carrocinha de cachorro-quente como as da minha infância, com um cachorreiro de avental branco, colocando aquele molho suculento no pão antes da salsicha e sobre esta a mostarda que ele aplicava com um pauzinho. Não era um pincel, não era uma colher, era um pauzinho que ele tirava lambuzado de dentro do pote de mostarda a passava na salsicha. Por fim, sobre tudo uma leve camada de queijo ralado bem fininho.
Salivando esperei aquele cachorro que viria quase como aquele dos meus devaneios, e ele veio. Com batata-palha...
Bem, não vamos estragar o almoço por uma bobagem destas.
Tirei a bata-palha com um palito e coloquei no prato.
Hmmmm... Muito bom!
Passou a garçonete e notou o estrago que eu havia feito.
- O Sr. Não gosta de batata-palha? – indagou ela incrédula.
- Não – respondi sorrindo, quase envergonhado.
- O Sr. Poderia ter pedido sem...
- Eu sei moça, mas na hora me confundi. Não tem problema, já retirei.
Percebi seu ar de tristeza contemplando as batatas derrubadas sobre o prato. Lançou-me um olhar de desprezo e reprovação e se foi.
Não entendi muito bem se o sentimento dela era pelo desperdício do alimento, pelo meu paladar desregulado ou um pesar pela batata em si, em solidariedade às batatas descartadas.
Sabe lá o que passa na cabeça de uma garçonete, de uma cozinheira ou de um dono de lancheria que inventa um cachorro quente com batata-palha.


Aquele abraço!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Que gente...!


Estou parado na porta de saída do ônibus, acabei de dar o sinal para ele parar quando sinto alguém me cutucando, tentando passar por mim. É uma jovem senhora. Força de um lado, tenta de outro, até que já meio irritada resolve se comunicar:
    - O Sr. pode me dar licença?
    - Não.
    - Eu preciso descer na próxima parada.
    - Isso é problema seu...
    - Mas é o fim da picada. Um homem velho... O Sr. deveria ter consciência do transtorno que causa às pessoas com esta atitude. Onde já se viu ficar parado na porta atravancando a passagem de quem quer descer? Por isso que este país está deste jeito, essa bagunça, falta de respeito generalizada, falcatruas, roubalheira. Cada um se preocupa apenas com os seus problemas e se lixa para as necessidades e os direitos dos outros.
    - “Ora, francamente, o Sr. não tem vergonha na cara? Se o Sr. ficar aí parado eu vou perder a minha parada! Vou ter que me queixar ao cobrador ou motorista? Vou chamar a polícia!
Algumas pessoas percebem o que está acontecendo e se divertem. Outras, percebendo o que poderia acontecer, mostram um ar apreensivo.
    - O Sr. não vai mesmo sair do meu caminho?
    - A Sra. deu o sinal para o ônibus parar?
    - Não, mas o que o Sr. tem com isso?
    - Porquê a Sra. acha que o ônibus vai parar sem ter dado o sinal?
    - O Sr. não está vendo a luz de “parada solicitada” acesa?
    - Sim Sra, mas porque ela está acesa? Será que está com defeito?
    - Ora, alguém deve ter dado o sinal...
    - Quem teria sido?
    - ...
    - Eu também vou descer na próxima.

Essa história não aconteceu inteira. Só até um pedaço. No momento fiquei imaginando isso tudo, pois é o que da vontade de fazer com algumas pessoas.

O mesmo tipo de gente que, sendo um rapaz passa na frente de uma senhora com uma criança no colo, que jovens, não dão lugar a idosos, que ficam com a mochila nas costas trancando o corredor do ônibus, que ficam na porta atrapalhando quem vai descer ou quem está subindo, gente que costura no trânsito, que não junta o cocô do cachorro, que não cuida da calçada, que esbarra na rua, que se acha mais importante que os outros, ou pior, que sequer enxerga os outros, nem percebe a existência de mais alguém ou nota quando somos gentis.

É brabo mas é queijo, diria meu pai.

Não faça isso que eu imaginei, viu? A vingança é sempre um prato indigesto, por mais frio que seja servido.
Gentileza gera gentileza? Talvez, mas não devemos agir assim esperando retorno das pessoas, pois a decepção endurece e amargura. Sejamos gentis pela pureza do ato, por nossa própria satisfação, por respeito aos nossos pais e à educação que nos deram, pelo engrandecimento da humanidade, mas não espere que isso seja notado ou levado em consideração.

Que gente...


Aquele abraço!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Inveja

Todo mundo já quis ser alguém. Tu não?
Nunca teve aquele momento em que aparece alguém se dando bem e tu fica olhando aquilo, pensando como seria bom estar lá?
Aquele cara que ganha na loteria, aquela modelo que desponta, o artista que faz sucesso, o jogador que faz aquela jogada, a cozinheira que faz aquele molho, ou o confeiteiro que faz o doce mais equilibrado, o cara que escreveu aquela frase, o que teve aquela idéia...
Aquele que vence, que desponta, que se destaca, de alguma maneira será invejado, mesmo que sem maldade.
Na infância queria ser o Batman, sem o Robin, mas com a Mulher Gato. Queria estar na nave dos Perdidos no Espaço. Queria ser o Bruce Lee, depois o Luke Skywalker, o Mad Max. Mais tarde queria estar no lugar do Michael Douglas em Instinto Selvagem, ou do Patrick Swayze em Ghost, mas só até um pedaço, antes do assalto.
Já quis trocar de lugar com algumas pessoas em vários momentos da minha vida. Não trocar de vida, mas ter aquele momento que o outro estava vivendo.
Inveja? Acho que não. Acho que é mais um tipo de admiração. Nada mal intencionado. Se for inveja, é só uma invejazinha sem maldade.
Dentro dessa viagem imaginei se alguém me admira ou inveja desta maneira, se me vê como modelo de vida ou de sucesso. Será?
Nunca me dei muito bem na vida. Não sou rico, nem famoso, nunca vivi grandes aventuras, mas sabe como é, tem louco pra tudo.
Trazendo isso para o mundo real, podemos pensar que, assim como nós temos nossos modelos de comportamento, moral e conduta, servimos da mesma forma como modelo para outros.
Modelados por nossos pais e sociedade, modelamos nossos filhos, amigos, vizinhos, mesmo sem querer, pois como diz o ditado, um exemplo vale mais do que mil palavras.
Pensando nisso me arrependo de algumas atitudes pela vida afora. Gostaria de ter sido sempre um bom exemplo, porém, como típico ser humano dei umas erradinhas por aí. Já falei bobagens e dei conselhos “furados”, sempre bem intencionado, mas para isto há outro velho ditado: De boas intenções o inferno está cheio. Concordo, mas prefiro errar tentando acertar do que me omitir.
E assim caminha a humanidade. Errando, acertando, ajudando, atrapalhando, a gente vai se acomodando e no final tudo da certo de uma maneira ou de outra.
Aos desavisados que por ventura queiram meus momentos, sugiro este, quando vou começar a pagar as contas do mês.

Aquele abraço!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Futebol

Sábado, 10 de Setembro, 09:42h.

Conforme previsto e comentado aqui, hoje retomo minhas atividades futebolísticas.
O time terá novamente uma opção de qualidade na zaga e volância. Opção também no apoio ao ataque com minhas investidas fatais e chutes precisos e poderosos.
O jogo dura em torno de uma hora, hoje está um lindo dia de sol, a quadra é descoberta, e eu estou há mais de 4 meses sem jogar bola. Vocês sabem o que esta conjunção de fatores significa. O que pode acarretar ou de que forma pode interferir no meu desempenho em campo?
TUDO!
Qualquer tempo que permaneça jogando além de 5 minutos já será uma grande façanha.
Bem, vou lá.
Depois eu conto como foi...


Sábado, 10 de Setembro, 14:42h.

Voltei.
Não sofri nenhum infarto ou mal súbito de qualquer espécie.
Até que corri bastante. Permaneci em campo quase o tempo todo, consegui tocar na bola algumas vezes e não fiz muito fiasco.
Agora inicia um novo período de avaliação pós-jogo. Não como nas rádios, onde os comentaristas avaliam o desempenho dos atletas, mas um período onde observarei e principalmente sentirei a resposta do meu organismo ao esforço a que foi submetido.


Sábado, 10 de Setembro, 21:35h.

Me sinto cada vez mais vivo, ou seja, tenho dores em todo o corpo, e isto quer dizer que não morri. Dói tudo, inclusive articulações e músculos que eu nem sabia que existiam.



Domingo, 11 de Setembro, 07:12h.

Consegui levantar, ou melhor fui obrigado, pois o colchão estava me machucando. Ficar de pé e caminhar ereto, agora é o novo desafio.
Passei um tempo tentando lembrar do acidente e de quando teria recebido alta, procurando cicatrizes... Lembrei do jogo. Foi ótimo!
O retorno, o reencontro com os amigos, os momentos divertidos, tudo isso vale à pena.
Cada movimento dolorido é compensado pela sensação de bem estar, por ter voltado.
Tenho uma semana para me recuperar fisicamente...


Segunda-feira, 12 de Setembro, 07:43h

Ai...


Aquele abraço!

domingo, 28 de agosto de 2011

Idosos...



Agora que estou às portas da melhoridade eventualmente me deparo com alguns problemas que se antecipam a ela.

Tirando uma dorzinha de vez em quando nas costas, joelhos, pescoço ou qualquer outra articulação, o resto ta tudo bem, entretanto algumas coisas começam a ficar mais difíceis, alguns objetivos mais distantes, algumas barreiras altas demais.

Vivemos tempos de grande evolução tecnológica que nos propicia conforto e facilidades, porém, em alguns casos ela só atrapalha. Por exemplo, não sei o que fizeram com a bola de futebol que ficou tão rápida. Muitas vezes não consigo alcançá-la. Os adversários também ficaram mais rápidos. Deve ser o tipo de calçado ou tomam alguma destas drogas modernas. Pra correr daquele jeito...

Os jornais e livros são outro exemplo desta modernidade que não ajuda. Eles sofreram alterações na sua edição. Creio que para economizar papel e tinta, diminuíram consideravelmente as letras. Textos que eu lia antes sem o menor problema, hoje em dia tornaram-se coisas minúsculas, difíceis de ler e que causam algum desconforto no braço. Se estiver lendo no ônibus, por exemplo, como fiz durante toda a minha vida, por vezes falta espaço entre os bancos para colocar o texto na posição certa.

Acho que foi o Veríssimo quem comentou uma vez ser uma sacanagem da indústria gráfica fazer livros infantis com letras enormes e livros para adultos com letras minúsculas. Deveria ser ao contrário.

Apesar de tudo eu resisto. Eu luto. Não vou me entregar tão fácil assim. Estou voltando a jogar bola. Não preciso correr tanto. Já conheço os atalhos.

Continuo lendo sem óculos. Pode ser desconfortável, mas cada livro ou jornal lido é uma vitória pessoal. Minha maior frustração vinha das bulas de remédio, mas agora a gente pode consultar pela internet, vocês sabiam? Vingança!

Ainda sou inexperiente em Viagra e afins, e pretendo continuar assim enquanto for possível, contando com a compreensão e o apoio da minha namorada em algum eventual tropeço. Não pretendo tingir os cabelos ou usar cinta pra diminuir a barriga. Continuo assistindo aos jogos em pé enquanto existir o Olímpico, pois parece que na Arena será obrigatório assistir sentado, enfim, não nego a idade. Vanglorio-me até, pois dizem que pareço ter apenas 49.

Procuro envelhecer com dignidade, mas enquanto puder evitar as “muletas” vou seguindo assim, caminhando e cantando e seguindo a canção.

Companheiros unam-se a mim na resistência. Lutemos!

Idosos unidos jamais serão vencidos...



Aquele abraço!


domingo, 7 de agosto de 2011

Agora vai!


Hoje eu decidi: Vou retomar meus estudos de música.

Na verdade já havia decidido há muito tempo, mas vinha adiando, retardando, empurrando pra amanhã, amanhã e depois, amanhã, mas hoje vai. Já tirei o violão da capa, coloquei ao lado do sofá e ele ta ali, só me olhando.

Peguei o de nylon porque é mais confortável. Vou recomeçar nas canções, só com acompanhamento, cantarolando pra pegar “embocadura” novamente. Recordar as lições aprendidas há muitos anos, o “desenho” das notas, a lógica das sequências, os tempos e ritmos, até as letras das músicas, pois pretendo facilitar até nisso, tocar as que já conheço e tocava antes.

Bem, aqui exagerei, superestimei minhas habilidades como músico. Sou muito bom músico de ouvido, quer dizer que ouço muito bem e pratico bastante, agora, tocar é outro papo. Aí o buraco é mais embaixo, mesmo no violão que o buraco é sempre no mesmo lugar.

Vou contar uma historinha pra exemplificar. Em 1982, eu trabalhava em uma empresa, meu segundo primeiro emprego, e ali conheci o meu amigo Carlos Roberto ou Roberto, ou Bebeto para os mais íntimos, o que não é o meu caso.

Esse cara chegou cheio de idéias e motivação musicais. Estava aprendendo a tocar violão, e tínhamos outro amigo, o Luis Paulista que também tocava, e os dois só falavam naquilo, e levavam violão e tocavam nos intervalos de almoço, e o pessoal gostava e eu ficava olhando e fui ficando a fim de aprender, e o Roberto me mostrou que era possível, e me vendeu um violão e eu comecei a aprender...

O Roberto destrói o violão. Toca muito. Tira qualquer música “de ouvido”, sola, acompanha, faz o diabo. Eu? Até hoje estou “aprendendo”...

Há uns 10 anos encontrei outro ex-colega daquela época, o Mário. Papo vai, papo vem comentei da minha felicidade por estar aprendendo a tocar violão, e ele perguntou espantado: AINDA???

Pois é, e lá vou eu de novo.

O Jorge, meu irmão, um dia sabendo que estava estudando contrabaixo disse que me admirava porque eu não desistia.

Na verdade o que eu mais fazia com relação ao violão era desistir. Já fiz aula em academia, com professor particular, já tentei cavaquinho, contrabaixo... Uma semana ou duas, quem sabe três e a motivação ia diminuindo, as prioridades se invertendo e o violão ia ficando escanteado como estava até há pouco, mas agora não! Agora vai. Se bem que a essa hora... Amanhã eu começo. Prometo!


Aquele abraço!


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cinquentenário

Hoje completo 50 anos. 25 de Julho, 50 anos. Se considerarmos que no calendário romano original, Julho era o quinto mês, daria pra mistificar muito com estes números cinco, consultar um numerólogo... Como não sou desses vou só apostar nas loterias da Caixa.

Comemorei muito; como nunca. Nem sei bem por que. Talvez só pra marcar, já que muita gente faz festão nos 50 anos. Eu só queria festa mesmo. Saí, bebi, comi, dancei por várias noites; com meus amigos, com a patroa, com a família. Não necessariamente nesta mesma ordem... Coisa boa!!!

Na verdade, estou atravessando um ótimo momento. Muitas coisas boas acontecendo ao mesmo tempo. Mal tenho tempo de assimilar uma, já vem outra.

Sempre me vi com uma boa vida, apesar de não ser um boa-vida. Acho até que sou um cara de sorte, considerando a quantidade de coisas que poderia ter dado errado, e este momento em especial está sendo ótimo.

Claro, muito tem a ver com o modo como encaro a vida e os problemas, mas algumas coisas são tão ou mais importantes do que isso. O convívio com a família, o apoio que recebo deles; a parceria dos amigos, novos e velhos, a família estendida; meus colegas, os novos e os antigos; minha namorada, seu amor, sua paciência e dedicação; meus filhos e o amor recíproco que nos move e nos une, enfim, são tantas emoções...

Quero agradecer a todos por me ajudarem em vários momentos da minha vida e convidar a todos para participarem do resto dela.

Já vou começar a procurar a casa geriátrica onde comemoraremos o centenário...



Aquele abraço!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Gerações

Eu sou apenas um rapaz, latino americano, sem dinheiro no bolso... Quer dizer, era.

Isso é dos anos 70? Pode ser. Belchior. Uma das muitas coisas boas dos anos dourados. Dos nossos anos dourados.

Quando falo dos anos 70, muita gente torce o nariz. Principalmente os mais jovens. Claro, cada geração tem os seus próprios anos dourados.

Para eles o tempo é agora e o passado, principalmente o dos outros não tem nada a ver. Lembro de quando eu era adolescente. Nem gostava dos Beatles. Comecei a gostar depois de adulto.
As coisas mudam, mas nem tanto. A gente também desdenhava do passado dos adultos e achava uma bobagem aquele papo de “no meu tempo sim era bom”.

Isso já gerou muito atrito nas famílias quando levado a extremos. Conflito de gerações. Acontece quando um não dá importância às coisas importantes do outro.
Os adolescentes por serem adolescentes; os adultos por soberba, por aceitar o enfrentamento, por esquecer que o seu passado já foi presente e deve ter sido menosprezado pelos seus adultos da época. Foi importante quando era presente e é mais importante agora que é passado.

Amanhã, hoje será ontem. O presente deles que é o seu futuro passado. Vamos respeitar.

Já vi o meu filho se achando velho ao ouvir adolescentes falando das coisas velhas dos anos 90.

O meu tempo também é agora. Não vivo de passado, mas que foi bom foi, e não canso de lembrar com saudade.

Só o que não dá saudade é da parte da música onde ele fala “sem dinheiro no bolso”. Isso não mudou.


Aquele abraço!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Vício...


Não tem como eu chegar aqui e sair falando como se nada tivesse acontecido. Foram mais de 3 meses de ausência.

Alguém sentiu minha falta? Não? Pô! Como voces são...

Quando comecei, lá em 2009, era um texto por semana, uma produção louca, e agora nada?!?!
Passou mais um aniversário do blog e eu nem me dei conta...

Sei lá o que que houve. Não tinha tempo nem idéias, apenas uma angústia por não estar produzindo. Andava muito preocupado com valores materiais; concurso, emprego, estas coisas. Faltava inspiração, imaginação, e tinha o Zuma.

Agora que estes problemas se resolveram, a tranquilidade começa a voltar, a mente volta a relaxar, e talvez saia alguma coisa que se aproveite desde que eu não olhe pro Zuma...

Zuma DeLuxe e Zuma's Revenge.

NUNCA! JAMAIS joga qualquer destes jogos.

Eles entram na tua vida na maior inocência. Um joguinho ingênuo com um sapinho que cospe bolinhas coloridas não pode fazer mal a ninguém, é o que a gente pensa ao primeiro contato.

Como aquela doméstica, personagem do LFVeríssimo, pura e inocente, sem pecado. Seu único entretenimento era jogar damas. Conquistou toda a família com sua ingenuidade, então propôs uma apostinha... Acabou escravizando todo mundo e levando todo o dinheiro da família.

Assim é o Zuma. O mesmo modus operandi.

Quando eu via minha cunhada e minha sogra jogando, pensava com meus botões: Como pode pessoas inteligentes perdendo tempo com isso?

Eu e a Bianca, minha namorada comentávamos num tom crítico. Ambos deplorávamos aquela situação. Era constrangedor...

Um dia a Bianca disse que jogou e gostou. No outro dia ela já havia comprado e instalado em casa. Eu joguei e gostei. Instalei também no note e depois no PC.

Nossas vidas nunca mais foram as mesmas.
Horas a fio na frente do computador, até ficar com o braço "dormente" e os olhos ardendo, ressecados.
Quando me dei conta do tempo que estava perdendo com esse negócio larguei de mão.
Mas, como posso sentar na frente do computador, ver aquele ícone ali me olhando e ignorar? Ele que já me deu tantas alegrias.

Só mais uma vez, eu juro. Depois eu continuo...


Aquele abraço!

domingo, 27 de março de 2011

E agora?!?!


Estou sentado na sala, acabei de ler o jornal e ele repousa sobre minhas pernas cruzadas, chimarrão numa mão, a outra acariciando à Mimi que ronrona sobre os classificados, penso na vida. Observo meu apartamento, entre um gole e outro do amargo, deliberando sobre que rumo tomar, prioridades, essas coisas. Um raro momento de introspecção.

São tantas opções, e preciso tomar uma decisão! Não estou acostumado com isso. A vida nunca me pressiona. Neste momento sinto-me perdido, desorientado, incapaz...

Chega um momento na vida de um homem em que ele deve ser suficientemente maduro para decidir. Já passei por situações como esta muitas vezes na minha vida, mas nunca fui tão inseguro.

Será o momento muito delicado, com muitas coisas em jogo, ou apenas efeito da idade? A experiência traz sabedoria, mas também, em certos momentos, a tendência a ponderarmos indefinidamente. Depois de tantos erros e poucos acertos, tendemos a considerar as mais remotas possibilidades e conseqüências.

O animal egoísta adormecido em mim acorda e se manifesta, mas logo o reprimo. Se a decisão afeta pessoas a quem amo e estão próximas, devo considerar.

Preciso de ajuda. Não consigo decidir sozinho...

Nova dúvida: a quem pedir opinião? Como confiar no discernimento de outra pessoa? Será ela tão desprendida quanto eu ou tentará “puxar a brasa pro seu assado”?

Não posso mais adiar isso...

Afinal, meu Deus, de que cor pinto as paredes? Começo pela sala ou pelos quartos? Quem sabe o banheiro...

Tenho que reformar os estofados. O sofá é cama, indispensável a quem tem uma filha adolescente com amigas fiéis e um filho que mora fora, mas passa temporadas aqui. A cadeira do papai, que era do meu Papai, indispensável a quem gosta muito de assistir TV.

Que cores? Que tecidos? Devem ter a mesma cor, apenas combinar ou nem isso?

Vou tomar mais uma cuia. Hoje eu defino isso, ou não...


Aquele abraço!


domingo, 6 de março de 2011

Horóscopo


E o zodíaco, hein? Dizem que vai mudar tudo...

Grande revolução em muitas vidas.

Existem pessoas que acreditam e até baseiam suas atitudes nas previsões e/ou nas características de seu signo. Que me desculpem, por favor, mas não consigo acreditar. Pelo menos, não da forma como sempre foi divulgado. Já conversei com muitas pessoas que dizem entender realmente do assunto, mas até agora não conseguiram me convencer.

Dizem que é uma ciência que calcula os movimentos e o posicionamento dos astros e das galáxias, e que pode dizer qual a influência destes em nossas vidas, destino, personalidade, caráter...

Omar Cardoso foi um dos astrólogos mais famosos e conceituados do Brasil no seu tempo. Uma vez a minha mãe comprou um negócio dele. Não sei o que era, mas era mais que um mapa astral, era um livro, cheio de previsões e outras coisas feitas exclusivamente para ela, calculadas conforme suas data e hora de nascimento e sei lá mais o que.
Tudo muito lindo, tudo certinho, até a parte onde previa que ela perderia um de seus filhos... Jogou o livro no lixo na hora. Creio que até hoje ela se borra de medo disso, mas por enquanto continuamos por aqui.

Eu tenho uma resistência muito forte, assim como a qualquer destas doutrinas esotéricas, cheias de mistérios e reservadas aos iniciados.
Sempre me lembro d’A Roupa Nova do Rei.

Voltando ao assunto, pra quem não sabe um astrólogo aí disse que as datas dos signos deveriam ser recalculadas devido à mudança no alinhamento da terra com o sol ou qualquer coisa parecida. Acharam mais uma constelação e teria um novo signo. Resumindo, ele disse que tá tudo errado há muito tempo.

Claro que ele já foi desmentido, mas a gente sabe como as pessoas são influenciáveis. Ainda mais as crentes em horóscopo.
Imagina se agora existirem duas correntes. Os conservadores usando o zodíaco antigo e os progressistas, baseando-se no novo.

Seria legal ver algumas pessoas mudando o comportamento ou em dúvida sobre como comportar-se, segundo os padrões do seu novo signo.
Pega o jornal de manhã, olha o horóscopo e escolhe o signo conforme a previsão mais favorável.
Pensando bem, até que seria legal. Tem muita gente chata só porque é deste ou daquele signo, pode ser que mudando de signo mudem a atitude...

Só o signo de leão não precisa mexer. Não temos nada a melhorar.

Aquele abraço!