quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Vivendo e aprendendo a jogar



Tem gente que vai morrer dando com a cabeça na parede e não vai aprender nunca.

Esta frase sugere a incapacidade de algumas pessoas em aprender, apreender empíricamente conhecimentos.

Se a parede está la, sempre no mesmo lugar, a pessoa que bateu deve saber disto, armazenar esta informação e evitar o choque futuramente.

A maioria das pessoas cataloga estas informações, sem mesmo ter dado uma cabeçada, ombrada ou dedada sequer na cuja.

Talvez na infância tenham sido contumazes batedores em paredes, portas, quinas de mesas e afins. Talvez, apenas sejam inteligentes. Não precisa ir contra a parede pra saber que ela é dura, forte e intransponível. Ninguém consegue atravessar paredes, não nesta dimensão. Já inventaram um dispositivo que ajuda a atravessar paredes, chama-se Porta. Tem outro para enxergar através das paredes, chamaram de Janela.

Mesmo assim, acho que todo mundo já bateu, pelo menos uma vez em alguma coisa que não viu. Caminhando distraidamente, pensando na morte da bezerra e pimba! Mais um galo na testa ou um roxo na canela.

Caminhar lendo ou mexendo no celular propicia cabeçadas em orelhões. Caminhar olhando os prédios ou o céu, caneladas em caixas e tropicões no meio fio ou degraus. Caminhar sem óculos, pra quem precisa deles, bom, aí sim pode ocasionar choques com qualquer tipo de coisa, inanimada, móvel ou viva. Caminhar dentro de casa, no escuro durante a noite pode ser perigoso, dependendo da quantidade de brinquedos espalhada pelo chão.

Às vezes tropeço na minha gata, mas aí é culpa dela que se enrosca nos pés da gente e não sai à tempo. Mas na gata é bom, é fofinha. Só é ruim quando ela reage.

Esta expressão “bater com a cabeça na parede” é apenas uma figura de linguagem, uma analogia insólita. É uma forma de alertar as pessoas quanto à sua intransigência ou falta de atenção aos acontecimentos da vida. É improvável que uma pessoa bata indefinidamente com sua cabeça na parede e não aprenda a desviar ou parar.

Diz-se às pessoas teimosas, renitentes, insensíveis para que se dêem conta de algo; para que parem, olhem à sua volta e percebam o mundo e as situações.

Perceber o mundo e se adaptar a ele fez com que a raça humana evoluísse e sobrevivesse, transformando o ambiente inóspito da Terra em um lugar agradável (pelo menos por enquanto). Faz com que saibamos, a despeito de discursos ou declarações, por exemplo, quem realmente nos ama e respeita e quem, ao contrário, nos despreza, humilha ou sufoca.

É assim que devemos viver, percebendo o mundo e as pessoas; tendo a mente aberta e atenta para que possamos adaptar o mundo, e na impossibilidade disso, adaptar-se ao mundo, principalmente quando se trata de evitar paredes e galos.



Aquele abraço.



sábado, 6 de fevereiro de 2010

Que calor!!!




Alexandre Aguiar é diretor da MetSul, uma empresa de meteorologia. Há alguns dias acompanhei uma entrevista sua, falando sobre o clima, é claro, mas principalmente comentando e questionando esta onda de terrorismo climático da qual temos sido vítimas nos últimos tempos e que vem se intensificando ultimamente.

Pelo que entendi, ninguém sabe muito bem o que vai acontecer. São várias suposições baseadas em estudos de imagens de satélite e modelos virtuais, como nesta previsão de tempo que vemos diariamente e cujos erros não nos surpreendem mais.

Se acontecem erros em previsões diárias, imagina em previsões para 50 ou 100 anos.

Registros históricos citam enchentes e secas há bem mais de 40 ou 50 anos. Parece que a maior seca documentada no Rio Grande do Sul foi há mais de 200 anos; 6 meses sem chuva, e nessa época, se existia desequilíbrio ecológico era a favor da natureza.

Não que este Sr. negasse a interferência da ação humana no clima e no aquecimento global mas questionava o nosso protagonismo nesse processo.

Que devemos mudar o comportamento, passando a ter atitudes mais responsáveis e ecológicamente corretas é óbvio, mas até que ponto esta nova atitude vai influenciar nas mudanças climáticas ou retardar o fatídico aquecimento global, só Deus sabe.

Segundo ele, o cara, não Deus, há alguns anos saímos de uma era que os estudiosos chamaram de litle ice age (pequena era do gelo), período no qual a Mãe Terra esteve ligeiramente mais fria, então, era esperado um aquecimento, só que aqueceu um pouco além da espectativa, mas nada que justifique este alarde.

Bom, não vou me estender nem entrar em detalhes de um tema que não domino, mas só pelas coisas que lembrei e citei aqui já da pra ter uma outra idéia da coisa toda ou pensar um pouco melhor antes de acreditar nas manchetes e sair comprando casa na serra, o que não quer dizer que possamos relaxar e voltar a atitudes antigas de descaso. Progredimos muito na relação com o meio ambiente, mas creio que por vezes perdemos o foco.

Uma coisa legal que ele falou na entrevista foi com relação a isso. Nos preocupamos com a poluição na China e não olhamos para os rios Gravataí, Sinos, Guaíba, de onde consumimos a água e que estão abandonados, recebendo esgoto e lixo de todo tipo. É muito mais fácil apontar os problemas dos outros e justificar os nossos do que trabalhar e tentar melhorar a situação local.

Só poderemos fazer diferença no mundo se fizermos a diferença na nossa casa, na nossa rua, no bairro... Entende? Se cada um fizesse a sua parte, tratasse seu esgoto, separasse seu lixo, economizasse água, luz, petróleo, papel, usasse produtos não clorados ou produzidos por empresas responsáveis, entre outras coisas, já teríamos outra situação. Existem muitas formas de poluição e contribuimos diariamente com as estatísticas, produzindo lixo, excrementos, gases, etc.

Olhemos um pouco à nossa volta e tomemos consciência do nosso lugar e da nossa responsabilidade.

Ao jogar uma embalagem plástica no lixo-seco, atitude ecológicamente correta, lembre-se que aquela embalagem só existe graças ao consumismo, ao comodismo e ao descaso. Diminuindo o consumo, diminui a produção, a poluição, o desmatamento e, quem sabe o aquecimento global...




Aquele abraço.