terça-feira, 8 de junho de 2010


Divagando


Esses dias o Luis Fernando Veríssimo “queimou” uma idéia minha. Escreveu uma crônica sobre algo que eu estava pensando.

Sobre não ter assunto para escrever...

Claro que no caso dele, deve ter sido apenas uma brincadeira, ou algo só para me provocar. No meu caso seria realidade, pois estava sem imaginação, sem assunto mesmo.


Já pensou, se algumas pessoas que leram esta crônica dele, porventura lessem a minha com o mesmo assunto. Quantas acreditariam que foi por acaso; por pura coincidência? Nem mesmo eu acreditaria...

Por isso abandonei aquele projeto. Não poderia correr este risco, mas, tudo bem; compartilhar uma idéia com um dos meus ídolos literários já é uma honra, mesmo que ele nunca venha a saber disto. Então cedi-lhe a exclusividade.


Imagine um caldo efervescente de onde soltem-se bolhas vez por outra. Algumas subindo e caindo novamente, esperando nova oportunidade de voar; outras subindo um pouquinho e explodindo no ar. Umas caindo e estourando no chão. Apenas algumas, poucas delas, mais fortes, mais bem formadas, subindo mais e mais, ganhando altura, sumindo da visão.

Assim surgem e assim são as idéias. Quando a gente menos espera, “plop”; surge uma idéia, um assunto. Às vezes alçando voos ousados, difíceis de controlar, outras vezes enfraquecendo logo na subida, frustrando espectativas, perdendo o sentido, como as bolhas que estouram no chão.

Às vezes a gente tenta mantê-la no ar, assopra, abana, mas a bolha cai alí adiante. Por mais empenho que tenhamos, por mais que perseveremos, a idéia mingua e não passa de umas poucas linhas sem sentido, sem razão, sem vida.


Poxa, acabei escrevendo um monte sobre o que não era o assunto. O meu problema agora, e resolvi escrever logo antes que “ele” queira me imitar de novo, é saber e lembrar se já escrevi algo parecido ou igual antes. São tantos textos e o cérebro, afinal, é o mesmo e já não é mais o mesmo de tempos atras. Consulto o arquivo do blog para me certificar que seja inédito.


Não pensem que estou só enchendo “murcilha”. Isso acontece e já tive textos descartados por repetição. Desenvolvi quase todo e quando me dei por conta estava falando as mesmas coisas sobre o mesmo tema.

Claro, existem assuntos que vão e voltam, mas a repetição é sempre entediante. Sou chato, lembram? Mas não por este motivo.


Bem, eu, assim com o mestre LFVeríssimo, consegui chegar até o final, escrevendo muita coisa sem dizer quase nada.

Tomem cuidado com escritores assim...


Aquele abraço!