sábado, 24 de abril de 2010


Vida


A vida, seguindo seu ciclo interminável e inabalável nos traz a este globo várias e várias vezes e nos coloca em convívio com outros seres com os quais trocamos experiências em nosso contínuo aperfeiçoamento.


Estes indivíduos cruzam nossos caminhos ou entram em nossas vidas de forma casual ou intencional, dependendo do caso, mas sempre interferindo de alguma forma no nosso estado anímico, emocional, moral e intelectual. Ocorre sempre uma troca, de conhecimentos, experiências, emoções e cada um destes eventos, durante toda a nossa vida, por pior e injusto que possa parecer contribui de alguma forma para nosso crescimento, podendo ter melhor resultado à medida que saibamos aproveitar as oportunidades.


Em alguns casos de resgate compulsório, pais recebem como filhos, entes com os quais tem acertos e pendências a resolver. Presos pelos laços da carne, são forçados a conviver em uma condição onde o amor paterno ou filial poderá suplantar mágoas e ressentimentos.


Às vezes esta convivência exige extremas entrega e dedicação a fim de superar sentimentos menores, objetivo que nem sempre é alcançado em sua plenitude.


Em outros casos, espíritos perfeitamente afinados energéticamente unem-se para uma tarefa maior, resultando em uma convivência pacífica e gratificante, onde o amor e a compreensão reinam, tornando o lar um ambiente harmonioso, propício ao crescimento mútuo.

Isto porém não é garantia de sucesso, pois somos espíritos em evolução, passíveis de erros e deslizes no caminho.


Cada encarnação, seja de resgate ou missão tem um sentido e foi muito bem planejada conforme as nossas necessidades e potencialidades, e cada um de nós deve cumprir o planejado da melhor forma possível. Sem termos total consciência de nossos compromissos e tarefas, sabemos, no fundo da alma o caminho certo a seguir. Da mesma forma não reconhecemos encarnados, todos os entes da nossa família espiritual, mas podemos sentí-los entre os amigos mais caros.


Todos fazemos parte da grande família humana, caminhando juntos em constante aperfeiçoamento.


Agradeço e homenageio a meus amigos, irmãos em espírito.


Aquele abraço!


quarta-feira, 21 de abril de 2010


Quem diria...


Oi.

To de aniversário hoje. 1 ano.

Na verdade eu tenho bem mais que esse ano.

Na cabeça dele eu já existia há muito tempo, mas como não se costuma contar o tempo de gestação, a gente conta desde o nascimento; no meu caso, 21 de Abril de 2009. Dia de Tiradentes, um dia antes do dia do descobrimento e daquela música do Kid Abelha. Casualmente um feriado. Um desses dias em que ele tava de folga, sem muito o que fazer e resolveu escrever. Lembro bem; comentários sobre o show do Nei Lisboa que ele assistiu e gostou muito. Mandou um e-mail pro Cafezinho e gostou tanto que resolveu colocar na rede, “materializando” este desejo antigo de me ter.

Não é uma coisa assim como um filho, até porque os filhos nem sempre são planejados; é mais uma coisa assim como um bicho de estimação ou um objeto preferido, uma coleção, um livro ou disco, sei la, uma coisa assim à qual as pessoas dedicam atenção, cuidados e carinho.

To me achando, né?! Mas é isso mesmo, ele cuida bem de mim, apesar de às vezes eu me sentir meio abandonado, mas também, o cara não tem lá tanto tempo assim, nem é lá essa verve litarária toda. Ele se esforça e acho até que consegue alguns textos legais.

Às vezes, quando ta inspirado escreve coisas bem engraçadas e inteligentes, dentro dos seus limites, claro. Me sinto orgulhoso em ostentar aquelas letras e ver as pessoas sorrindo para mim, copiando meu link e mandando aos seus amigos. Outras vezes ele fica indignado com algo, aí escreve umas coisas mais sérias e até tristes. Não é tão legal, mas também é bom saber que as pessoas se preocupam com os problemas da cidade ou das outras pessoas. Como diria o Capitão Nascimento, “Quem disse que a vida é fácil?”. É importante que as pessoas tentem se ajudar.

Já fui crônica, fábula, poesia, reportagem, denúncia, já saí em jornais, fui citado em outros blogs. Já fui elogiado e criticado; também já fui desprezado, mas isso faz parte. Ninguém é obrigado a gostar da gente, mas é bem melhor quando gostam. Melhor ainda quando voces comentam. Escreve alguma coisa aí embaixo, vai... Qualquer coisa pra eu saber de que forma fui entendido. Seria como um presente de aniversário... =)

Então ta gente, queria agradecer a voces pelo carinho, pela compreensão, principalmente quando recebem aquele e-mail com o título “Sugestão”. Alguns devem pensar “ih, la vem aquele mala com mais um texto”, mas tenham paciência com ele. É apenas uma pessoa dando vazão aos seus sentimentos, se abrindo e compartilhando suas idéias; tentando ser útil de alguma forma, senão pra voces como distração, diversão, reflexão ou apenas exercício de paciência, pelo menos pra ele mesmo como canal de expressão.


Aquele abraço!!!


sábado, 3 de abril de 2010


Dilúvio


Alguém consegue passar pelo arroio Dilúvio sem notar e lastimar o estado em que se encontra? A cor da água, o acúmulo de lixo...

É triste ver aquela sujeira toda rolando nas águas que nascem limpas.

Isso mesmo; limpas.

Para quem não sabe, aquilo não é um valão, um esgoto a céu aberto. É um arroio, um riacho, que tem vertente de águas límpidas mas recebe além de esgoto, lixo e água de outros arroios não menos maltratados.

Recebe também desprezo, descaso... Causa asco e repulsa, mas ele é apenas mais uma vítima.

Vejo as garças espreitando por entre o lixo os poucos peixes que teimam em se reproduzir e desenvolver ali.

O Arroio Dilúvio é só um exemplo. Temos vários casos, uns piores que os outros. Se houvesse boa vontade e consciência das pessoas; se houvesse um pouco só de dedicação das autoridades ou dos meios de comunicação, poderíamos mudar a atitude da população de Porto Alegre com relação ao seu rio, suas águas e à sua própria saúde.

Gostaria de ver alguma coisa acontecendo. Não ações isoladas, mas programas de conscientização; investimento sério em saneamento, tratamento do esgoto e da água que vai para o arroio, pois esse lixo sólido não prejudica tanto a água.

Ta, uma dessas sacolas pode acabar no mar, matando uma tartaruga marinha, mas não é disso que estamos falando.

Tudo parte do mesmo princípio que é o desrespeito com a natureza e com a água (que vamos acabar bebendo), e acho que isto deveria ser combatido de todas as formas, olhado de todos os ângulos e discutido seriamente. Não adianta nada a prefeitura mandar limpar o arroio de vez em quando, fazer exposições com o material retirado de lá, criticar as pessoas que jogam lixo e fazer de conta que não sabe das toneladas de poluentes orgânicos e sintéticos que são jogados ali e no RIO Guaíba diariamente.

Um sofá jogado no arroio polúi apenas visualmente. É feio, mas não contamina a água. Pneu, sacola, garrafa, madeira; isso suja, pode entupir algum escoadouro, mas a poluição mesmo, aquela que prejudica a vida, essa raramente se ve a olho nu.

Quanto ao consumo, não adianta beber água mineral; em primeiro lugar, porque mesmo para água mineral existem “níveis aceitáveis” de impurezas; em segundo, porque escovamos os dentes, tomamos banho, almoçamos em restaurantes, comemos verduras e frutas regadas e lavadas com águas provenientes de rios poluídos, tratadas, mas também com “níveis aceitáveis” de coliformes fecais e outras impurezas, ou seja, estamos expostos de qualquer forma.

Sei que não adianta nada escrever sobre isso e ficar enchendo o saco, a menos que consiga despertar algum novo líder que nos guie à redenção ecológica, apenas não tolero hipocrisia, e acho que devemos ter consciência do nosso lugar e da nossa importância nesse mundo. Para o bem e para o mal.


Triste, muito triste, mesmo assim, aquele abraço...




Publicado no Blog SOS Rios do Brasil (http://sosriosdobrasil.blogspot.com/2010/03/sos-arroio-diluvio-porto-alegre-rs.html)