sexta-feira, 26 de junho de 2009

Coisa boa! Chegou o inverno...


Chocolate quente, pinhão, quentão, mocotó, feijoada, puchero, vinho... Subir a serra no final de semana, fondue... de queijo ou chocolate? Tanto faz... roteiros turísticos de vinhos, casacos fofos, botas de pele, luvas e cachecol.

Claro que curto tudo isso, as coisas boas do inverno, mas se a gente pudesse desligar o frio depois seria melhor.

Pra mim já tá de bom tamanho. Já fez frio, já choveu, geou, até neve teve.

Pode começar a primavera.

Muitas pessoas só vivem no inverno.

Inverno e adjacências. No resto do ano ficam esperando o inverno chegar.

Eu to fora.

Frio + chuva é uma combinação terrível. Quem precisa trabalhar ou estudar; cumprir horário sofre nesta época.

Como diz o meu amigo Marcus, o frio dói. Ele entra no trabalho às 6 da manhã. Acorda e sai de casa perto das cinco da madrugada. Eu que nem preciso sair tão cedo já acho brabo.

Hoje eu saí de casa com a minha filha às 7:16h e o termômetro da esquina marcava 6 graus. Ainda bem que ali não venta muito.

Pobre dos piá...

Até entendo os turistas que vêm de todas as partes do Brasil para a serra gaúcha no inverno querendo ver neve. Na maioria das vezes voltam frustrados para seus estados. Mesmo assim, a cada ano la vem eles de novo. Tudo bem, melhor para o setor hoteleiro e turístico em geral. Entendo aquelas pessoas que tem problemas de pressão arterial ou alguma outra disfunção do aparelho circulatório ou renal, pois passam mal no calor, mas quem mora aqui e tem isso todos os anos, vários meses por ano?!? Por favor...

Gostam do inverno por gostar. Acham bom.

Qual a graça que tem ficar o tempo todo encarangado, socado dentro de casa olhando a chuva na janela? O pessoal espera a chegada do frio e fica fugindo dele, se escondendo.

Nada contra. É que fico intrigado; como algumas pessoas podem gostar do frio.

E tem outra coisa, muitas pessoas sofrem realmente com o frio. Morre gente por aqui se o inverno é rigoroso. Quando vejo pessoas torcendo que faça muito frio para que possam usar seus casacos ou comer isso ou aquilo, ou quando ouço algo como “Gosto do inverno porque a gente pode se vestir melhor. As pessoas ficam mais bonitas...”, lembro das pessoas que vivem na rua, sem ter sequer uma meia para aquecer os pés ou um cobertor para se cobrir.

Sei que não faz a menor diferença eu querer que faça frio ou calor, mas prefiro quando as estações são menos rigorosas. Inverno ou verão.

Prefiro amenidades, mas aí tem o seguinte; adoro a minha cidade, meus vizinhos, minha família, meus filhos, meu sotaque, meu Grêmio, meu RIO Guaíba, chimarrão, BomFim, Redenção, Gasômetro, enfim, quase tudo em Porto Alegre; não é por um friozinho mixuruca desses que vou pensar em mudar daqui.


Aquele abraço


sexta-feira, 19 de junho de 2009

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Filhos, melhor não tê-los.


Quem terá sido o gênio que forjou essa pérola da ignorância? Quem não teve filhos perdeu essa grande oportunidade de crescimento que a vida nos proporciona. Se bem que alguns tem filhos e mesmo assim perdem a oportunidade.


Particularmente, prefiro tê-los. Curto muito isso e agradeço sempre por eles serem meus filhos e pelo discernimento que me foi dado para perceber a importância que teríamos mutuamente.


Tenho dois. Um guri com 25 anos e uma guria com 13. Cada um deles ao seu tempo e do seu jeito foi aos poucos colorindo e iluminando a minha vida com suas manias, carências, conquistas, alegrias, amor, teimosia, enfim, todas estas emoções e características que tornam a relação humana pai/filho tão interessante e apaixonante.


Meus casamentos não duraram muito, mas os frutos foram ótimos. Meu gene deve ser mais forte, sei la.


Graças a Deus, sempre soube valorizar a condição de pai e reconhecer o valor dos meus filhos e procurei retribuir dando tanta atenção quanto me era possível. Apesar da distância física que por vezes existiu, procurei estar sempre presente, ser participativo e atuante. Sendo limitado como todo ser humano, obviamente cometi meus erros. Certamente muitos deles. Sempre querendo acertar, mas não usei essa desculpa como justificativa. Acho importante reconhecer os erros, principalmente quando a intenção é boa. Creio que fortalece a relação com os filhos. Mostrando-me humano, real, posso respeitá-los na sua individualidade, aceitar suas limitações e obter o mesmo deles. Creio que gera uma relação verdadeira, sincera. Nunca me considerei melhor que ninguém, porque teria esta atitude com relação às pessoas que mais amo?


Já falei isso muitas vezes, mas gosto de repetir, porque gosto de elogiar meus filhos, gosto que eles saibam quanto os admiro. Muitas vezes pessoas mais jovens, pais frescos ou mesmo mais experientes me perguntam como lidei com aqueles problemas de adolescência, de comportamento, a rebeldia, teimosia e tal, porque tem muitos problemas com seus filhos ou temem tê-los no futuro e eu fico sem ter o que dizer. Não tenho experiência nesse campo. Não que os meus filhos sejam santos, mas não tenho registro de grandes problemas até agora. Só a vida normal. Talvez por não valorizar demais esses pequenos problemas. Com tantos pais enfrentando problemas realmente sérios com drogas, marginalidade, agressividade, os problemas com cuidado pessoal, higiene doméstica, notas baixas, miguxês, xuxa, axé e funk entre outros que tive até hoje se resumem ao que são na verdade: bobagens. Coisas que se resolvem em casa, com diálogo, comunicação, troca de experiências, parceria, carinho, atenção, amor...


Não me considero o melhor pai do mundo, mas tenho os melhores filhos. Eles são ótimos e são gremistas!


Como disse antes, tenho muito orgulho de ser pai deles e espero que eles me amem tanto quanto eu os amo.


Poti e Júlia, um beijo, meus filhos...



e pra vocês... Aquele abraço!!!



sábado, 13 de junho de 2009

Meu nome é Rádio


Não sei vocês, mas eu escuto muito rádio.


Quando digo muito, quero dizer muito mesmo.


Acordo por volta de 6 da manhã já com o rádio ligado. Tem o rádio-relógio ao lado da cama, um pequeno à prova d’água no banheiro pro banho, barba e outras coisas demoradas, o som da sala, clássico com prato pra vinil e tudo, e o meu MP4, aparelho que mudou a minha vida. Não precisa pilha. Tem uma bateria recarregável, é pequeno, da pra andar sempre com ele e posso gravar o Cafezinho e carrega pela USB. Uma maravilha!!!


Tenho outro rádio que vou deixar na cozinha pra não acordar mais os vizinhos com o rádio da sala de madrugada, quando acordo.


Gosto de ouvir música. Por sorte temos aqui em Porto Alegre algumas emissoras FM bem boas e mais umas ótimas. Dependendo do momento ou da programação, opta-se por uma ou outra. Tem música e informação.


Há que se considerar o gosto musical de cada um. Eu gosto de rock, blues, ritm-blues, Black music tipo soul ou funk, pouca coisa de reagge. Melhor dizer que prefiro esses estilos, porque na verdade gosto de muita coisa. Qualquer coisa, desde que seja bem feita ta valendo. Como disse antes, depende do momento.


Como a maioria já sabe, sou bem antigo. Faz tempo que to por aqui e que ouço rádio. Lembro da minha mãe ou alguma empregada ouvindo uns programas esquisitos no rádio a válvulas que ficava em cima do balcão da sala ou num radinho na cozinha. “Rádio Teatro da Uma e Meia”, radio novela, pra vocês terem idéia do tempo que faz. “Não diga não ao Sayão” (Lobato), “Bom dia, bom dia mesmo com Omar Cardoso”, i... um monte de coisas.


Desde os anos 70 com o surgimento da Continental AM e esse modelo de comunicação voltada ao público jovem fiquei viciado em rádio. Depois vieram as FM com a Cidade, mais tarde apareceu a Ipanema, a mãe de todas, de onde saíram ou por onde passaram os melhores comunicadores destes tempos modernos.


A antiga FELUSP seguia o mesmo modelo, mas virou Poprock, muito mais pop do que rock e ficou bem ruim. Ultimamente está muito mais rock do que pop, com uma equipe muito boa e uma programação musical joínha.


Ipanema e Poprock são as que mais ouço. A partir daí vai variando entre Antena.1 pros momentos de intimidade e saliência, Itapema e Cultura raramente e a Gaúcha no FM pra ouvir os jogos do Grêmio quando não tem Máquina.


Máquina é a Máquina do Cafezinho.

Quem não ouviu ainda deve experimentar. É a transmissão dos jogos da dupla GRE-nal feita pela equipe da Poprock. Um jeito diferente de ouvir e curtir o futebol do teu time, claro, considerando que sejas gremista ou colorado. Se não, podes ouvir também que é bem divertido.

Eles transmitem sempre o jogo que esta acontecendo em Porto Alegre, do Grêmio ou do colorado. O programa é bom por ser tendencioso ao máximo. Nos jogos do Grêmio a equipe é toda composta por gremistas, com exceção do narrador que é colorado, mas tenta ser imparcial. Nos jogos do colorado acontece a mesma coisa. Claro que a transmissão fica bem menos interessante, mas nada pode ser perfeito. Então não tem aquela encheção de saco de ser obrigado a ouvir pedaços do jogo do outro. É muito bom!!!


Tudo isso é pra explicar que quando o Grêmio joga fora de Porto Alegre não tem Máquina, então tenho que ouvir outra rádio.


A Poprock diz assim: Música é o nosso oxigênio. Não chego a tanto, mas não imagino meus dias em silêncio.


Tem uma vinheta que diz assim: Brasileiro não vive sem rádio. Eu concordo e sou um exemplo vivo disso.


Aquele abraço...


quinta-feira, 4 de junho de 2009

O escolhido


Eu não gostava muito do meu nome.


Potiguara...


Nunca gostei. Não, não posso dizer isso. Seria um exagero.


Então direi que desde a infância tive problemas com meu nome. Assim fica melhor. Até porque, na verdade, nem sei se antes de entrar no colégio já havia ouvido meu próprio nome. Se ouvi, não dei muita importância ou fiz que não era comigo.

Eu sou Júnior. Tenho o mesmo nome do meu pai. Mas meu pai não era chamado pelo nome em casa. Minha mãe o chamava de “negrão” e nós, eu e meus irmãos, obviamente o chamávamos de Pai.

Minha mãe me chamava de júnior e o resto do mundo me tratava pelo apelido. Não vou dizer qual era, ou melhor, qual é, porque ainda me chamam assim na família. Com exceção de alguma ocorrência em salas de espera de médicos ou dentistas, ninguém referia meu nome pra nada.


Quando entrei no colégio com meus 7 anos e meio, na chamada do primeiro dia de aula, ao ouvir meu nome (a primeira chamada a gente nunca esquece), quase procurei pela sala pra ver quem era aquele com o nome esquisito. Era eu... Quando me acusei, notei que todos os colegas haviam pensado a mesma coisa, e o pior, externaram isso com risinhos e comentários.

A gente sabe como criança é sincera; e cruel na sua sinceridade, mas quase nunca lembramos ou imaginamos o que é sofrer esta crueldade.

Claro, hoje em dia isso tudo me parece ridículo, mas na época e durante muitos anos eu fugi desse nome. Pensei até em trocar. Me perguntava porque justamente Eu havia sido o escolhido para “carregar” essa homenagem. Depois descobri que meu pai havia tentado o mesmo com meus irmãos, sem conseguir convencer minha mãe.


Mas ele era um brasileiro e não desistiu até conseguir.

Sei la quantos irmãos eu teria se minha mãe não tivesse cedido.


Meu pai e meus irmãos em todos os empregos por onde passaram, no quartel, em cursos, times de futebol, sempre foram “ô Perêra”. Eu sempre fui o Poti, Pôti, Potígua e assim vai. Até no quartel. Isso por um lado foi bom, porque fui me acostumando com ele e aos poucos me afeiçoando. Com o tempo a coisa foi acalmando.


Passamos por vários processos durante a vida e à elaboração dessas experiências podemos chamar amadurecimento.

Dizem que os homens nunca amadurecem, apodrecem direto, mas isso não é bem assim. Sempre há alguma melhora e sempre se pode aproveitar alguma coisa de cada um de nós, representantes da masculinidade, nem que seja a “aptidão” para abrir vidros de azeitona e carregar sacolas de super.


Aos poucos fui me dando conta do quanto essa história do nome era importante para o meu pai e passei a assinar mais legível, além de colocá-lo sempre em destaque quando possível.


Creio que nesse processo eu consegui me sair bem. Hoje, olhando pra trás e lembrando de meu velho e saudoso pai, da forma orgulhosa como ele proferia o seu nome e muito mais o meu, sinto-me honrado por ter sido o escolhido e tento fazer por merecer esta homenagem.


No final das contas, o agraciado sou eu e sinto-me orgulhoso por poder carregar comigo toda a força e importância que este nome representa para mim.


Saudades do meu velho...



Aquele abraço...!!!