sexta-feira, 1 de maio de 2009

Adoro cachorro


Alguém aí já pisou em cocô de cachorro?


Na descida do carro, chegando naquela festa, todo arrumadinho. Sapato novo, felicidade total...

Meio atrasado ou em cima da hora, encosta o carro na última vaga que encontrou na rua, desce e opa... alguma coisa estranha.


Um colapso momentâneo ocorre no cérebro que recebe uma informação descontextualizada. Algo macio sob teu pé, onde deveria ser um piso sólido, rígido.

Aquela maciez, aquela cremosidade inesperada na noite escura...


Que que é isso?!?!


Numa fração de segundo teus neurônios e conexões funcionam enlouquecidamente tentando decifrar aquele enigma, equilibrar as informações que se desarranjaram, até que por outras vias começa a receber mais informações. Impulsos e sinais vindos de outro dos cinco sentidos, o olfato.

Aquele cheirinho de merda enfim é reconfortante, esclarecedor, nos tranqüiliza e enfurece...


Que..!?!? Merda??? Que merda!!!


Se for um sapato clássico, daqueles com solado de couro não teremos grandes problemas. Basta achar uma graminha por perto e com um pouco de sorte nos livramos de todo o incômodo. Mas se for um tênis, daqueles cheio de voltinhas, muito provavelmente a tua noite estará comprometida; porém, pense positivamente, poderia ter sido na volta...


Entrando no carro e pisar naquilo. Liga o carro e sai rápido pra evitar assaltos e sobressaltos. De repente sente aquele cheirinho. Começa suave como um chucrute e aos poucos vai se tornando uma bomba de gás mostarda. Quando tu consegue parar o carro e acender a luz pra ver o estrago já é isso mesmo, um estrago. Os pedais, carpetes, às vezes até as laterais, tudo cagado...


Tenho passeado muito com a cadela da minha mãe (...) humpf... como vocês pensam bobagens... Tenho passeado muito com o cão fêmea de propriedade de minha mãe, e nessas caminhadas vejo cocôs abandonados por toda parte.


O que faz uma pessoa de classe média alta, teoricamente instruída e socialmente ativa agir desta forma?

Quem tem cachorro e precisa caminhar com ele sabe que o ato defecatório canino apesar de rápido não é instantâneo. É preciso fazer uma parada. O bicho da uma encurvada e faz aquele esforço. Leva um tempinho, e o dono fica ali paradinho esperando, assoviando, olhando as nuvens e com a visão periférica conferindo as imediações pra ver o tamanho do mico que ta pagando. Aí o bicho sai, da uma esgravatada e o dono sai caminhando, bem faceiro com seu cão aliviado, deixando ali ao léo aquela boseira... esperando um pé incauto...



- JUNTA ESSA MERDA...!!!


Em alguns bairros existem dispensadores de sacos justamente pra isso. Se não tem, pode levar um saquinho no bolso. Eu prefiro usar uma folha de jornal à embalagem plástica. Usando o saquinho a gente eterniza um material orgânico que na natureza desapareceria em alguns dias. Vai ficar até o fim dos tempos dentro daquele saco.


É fácil, extremamente fácil. Fico prestando atenção aos movimentos da cadela e quando ela da aquela encaixada no quadril e faz aquela cara eu coloco a folha ali embaixo. Depois é só enrolar e colocar em algum lixo orgânico.


Nojento?


Pior que deixar aquela coisa na calçada?


Nojento, mas é meu. Não o cocô, mas o cachorro, ou a cadela e ninguém tem nada que ficar à mercê dos humores intestinais dela...



Aquele abraço...



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