Oi.
Precisamos
conversar, mas ainda não posso me aproximar de ti, então escrevo-te.
Pode
parecer cedo pra isso, mas, mais dia, menos dia teríamos que falar sobre nós,
então que seja logo pra que possamos seguir com a vida.
Só
me deixa falar, desabafar, eu preciso te dizer tudo isso que está preso aqui
comigo já há um tempo.
A
situação estava se tornando insuportável, com as pressões externas, a família,
a sociedade e tal, e nestes casos é natural que a relação sofra um desgaste.
Não
somos mais crianças. Há quantos anos estamos juntos? É quase uma vida, ou mais
que isso se considerarmos a expectativa média de vida em alguns países da
África.
Ta,
eu sei que não estamos na África, mas descobriram o fóssil aquele africano que
seria a mãe de toda a raça humana, então...
Tudo
bem, desculpe. Vamos manter o foco. Olha só, isso está sendo mais difícil pra
mim do que pra ti. Sei que a iniciativa foi minha, mas isso não quer dizer que
eu esteja feliz.
Muitas
vezes tive impulso de ir novamente ao teu encontro, mas me controlei. Não seria
saudável e não nos levaria a nada. Melhor evitar qualquer contato, pelo menos
nestes primeiros tempos. Ainda estamos muito machucados e a proximidade poderia
ser dolorida.
Futuramente,
quem sabe? Pode ser que daqui a alguns anos possamos conviver pacificamente,
cordialmente, mas por enquanto não. Correríamos o risco de uma recaída, e isso
nunca leva a nada. Nada de bom.
Sinto
muito a tua falta. O tempo todo!
O
companheirismo e a parceria de tantos anos...
Em
outros tempos sairia correndo, mesmo de madrugada, na chuva, no frio. Nenhum
sacrifício seria demasiado, desde que fosse ter contigo no final. E sempre foi
prazeroso. Tenho certeza que seria novamente e para sempre, e todo o sempre,
mas, eu não vou.
Desde
que precisei me esconder para estar contigo nossa relação começou a ficar
comprometida, mesmo assim, em alguns momentos bate a saudade.
Fico
imaginando o reencontro, tomar-te nas mãos, sentir teu cheiro doce e inocente,
sentir teu gosto em minha boca, te trazer para a minha intimidade e despidos de
tudo, sem medo e sem vergonha acender teu fogo e te consumir até que te acabes.
Sorver,
absorver, me matando um pouco também a cada tragada. Ao final de cada cigarro
uma despedida, mas com a certeza do reencontro.
Ficamos
assim então. Te abandono, por opção, enquanto tenho opção, e com a certeza de
que é o melhor para todos.
Vou
seguir minha vida longe de ti e espero que mais e mais pessoas consigam fazer o
mesmo.
Aquele
abraço!
6 comentários:
Ahhh... que maravilha, quanto tempo tentei em vão te pedir que O abandonasse... mas sempre soube que isto tem que partir de dentro para fora... Parabéns, estou muito orgulhosa de ti, sei que não é fácil, e que deve ser muito sofrido, mas estás firme e forte com a decisão!! beijo, com amor! Bianca.
Aê Poti, é isso ae cara, força! Vai ser bem melhor pra tua vida. (Abs. Odyr)
Baita crônica!
Dessa vez te superaste!
Ah, e mais importante, não vais te arrepender da decisão que tomaste. Abração do teu fã aqui.
Gustavo Pessota
Hã? Como assim? No peito e na raça? Que belo exemplo. Que sirva de modelo. Parabéns, afinal isso era mesmo insensato. Abração. Ricardo Lermen.
Qualquer coisa demais em nossa rotina é prejudicial. Até água !!! Foi bom enquanto durou ! Boa sorte ! Só não vale trocar por guloseimas ! Senão aquele futebolzinho de sábado vai ficar mais cansativo ainda !! hehehe
Abraço !
Muito bom! Bjus
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