terça-feira, 23 de julho de 2013

Força interior



-         Prrrr...
-         O que foi isso?
-         Como assim?
-         Que barulho foi esse?
-         Espera que daqui a pouco tu vai saber.
-         EU SEI o que foi isso. Foi um peido, só não to acreditando.
-         Espera mais um pouquinho que já, já tu acredita. Aqui ele já ta
bem convincente.
-         Não vou esperar nada... (ligando o ventilador na direção dele),
que falta de respeito!
-         Respeido?
-         Engraçadinho...
-         Minha mãe sempre dizia isso...
-         Aposto que não nestes momentos.
-         É, realmente. Uma vez ela me deixou de castigo no banheiro até
que... Bom, tu sabe.
-         E tu continua falando como se isso fosse a coisa mais natural do
mundo.
-         E não é? Todo mundo bufa, só que “alguns” são dissimulados,
colocam a culpa no cachorro ou no catalizador do escapamento do carro.
-         Ai, para! De novo com esse assunto? Tu sabe que eu jamais faria
isso, ainda mais fechada dentro do carro.
-         Se eu abastecer o carro com repolho e ovo pode ser que saia
aquele cheiro do escapamento.
-         Como tu é... Tentando virar o jogo pra disfarçar a tua cara de pau.
-         Eu não to tentando disfarçar nada, muito pelo contrário. Pelo
menos não foi debaixo das cobertas. Se bem que com esse frio até que esquenta um pouco.
-         A ta. Já chega quando tu faz isso dormindo. Agora vai atacar
acordado também?
-         A não! Dormindo não conta.
-         Conta sim, ainda mais quando ta encostado na minha coxa...
-         Mas é sem querer, amor... Vai dizer que não é bom? Quentinho...
-         Para! Que nojo!
-         Ta bom. Concordo que é nojento... Mas é bom!
-         Tu não era assim. Quando a gente se conheceu eu não
imaginava que um dia teria que passar por uma situação dessas.
-         Meu Deus, que drama. Só por causa de um punzinho.
-         Não tem punzinho, nem punzão. Para com essa história! Espero
que isso não se repita, pelo menos não na sala e muito menos na minha frente.
-         Ditadora! Não adianta. São os novos tempos. As minorias não
aceitam mais viver reprimidas, subjugadas, amordaçadas. Tu não pode querer calar uma manifestação legítima por liberdade.
-         Isso é vandalismo, isso sim! Vai te manifestar no banheiro.
-         Ta bom, mas presta atenção numa coisa...
-         O que?
-         Prrrr...


Aquele abraço!

Um comentário:

Bianca disse...

..que fique bem claro:"Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais terá sido mera coincidência."
bjo, meu amado Poti!!

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