Eu sou apenas um rapaz, latino americano, sem dinheiro no bolso... Quer dizer, era.
Isso é dos anos 70? Pode ser. Belchior. Uma das muitas coisas boas dos anos dourados. Dos nossos anos dourados.
Quando falo dos anos 70, muita gente torce o nariz. Principalmente os mais jovens. Claro, cada geração tem os seus próprios anos dourados.
Para eles o tempo é agora e o passado, principalmente o dos outros não tem nada a ver. Lembro de quando eu era adolescente. Nem gostava dos Beatles. Comecei a gostar depois de adulto.
As coisas mudam, mas nem tanto. A gente também desdenhava do passado dos adultos e achava uma bobagem aquele papo de “no meu tempo sim era bom”.
Isso já gerou muito atrito nas famílias quando levado a extremos. Conflito de gerações. Acontece quando um não dá importância às coisas importantes do outro.
Os adolescentes por serem adolescentes; os adultos por soberba, por aceitar o enfrentamento, por esquecer que o seu passado já foi presente e deve ter sido menosprezado pelos seus adultos da época. Foi importante quando era presente e é mais importante agora que é passado.
Amanhã, hoje será ontem. O presente deles que é o seu futuro passado. Vamos respeitar.
Já vi o meu filho se achando velho ao ouvir adolescentes falando das coisas velhas dos anos 90.
O meu tempo também é agora. Não vivo de passado, mas que foi bom foi, e não canso de lembrar com saudade.
Só o que não dá saudade é da parte da música onde ele fala “sem dinheiro no bolso”. Isso não mudou.
Aquele abraço!
2 comentários:
Poti!
Uma pesquisa inglesa sobre preferências musicais diz que, em média, as pessoas formam seus gostos até os 25/28 anos. Depois disso dificilmente mudam, o que faz com que tenhamos "resistência" aos gostos musicais depois disso.
Não sei se é extensivo a outras coisas além de música mas é possível.
De qualquer maneira, feita uma análise com isenção, vai mostrar que cada época deixa suas coisas boas e ruins. Nós tivemos o Mark Knopfler e hoje temos o Yamandu Costa, cada qual um gênio em seu gênero e época.
Tivemos a guerra do Vietnam e hoje temos o Afeganistão.
Acho que a grande discussão é se andamos pra frente ou pra trás, e o bom é que com a tecnologia de hoje todos podemos participar dela.
Abraços.
Concordo em gênero e número.
Essa é a graça da vida, as coisas vão mudando,
e a convivência familiar nos permite presenciar mais intensamente essas diferenças.
Hoje meu piá de quase 3 anos pede pra ver o DVD do U2 (minha influencia) e ontem estava cantando "sob um céu de bluuues', por ter ouvido o irmao dele (15 anos) tocando no violão. Mas daqui uns 15 anos vamos estar rindo disso e ele vai estar nos querendo provar que um futuro RESTART tocando ROCK-PAGODE-SERTANEJO (ritmo futurístico) é (será) a bola da vez.....
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