quinta-feira, 23 de julho de 2009

E agora?




Férias escolares de inverno. Coisa boa, né?


Lembro dos meus tempos de escola quando esperava ansiosamente pelas mirradas férias de inverno. Uma semaninha, mas a gente aproveitava ao máximo para fazer tudo o que normalmente não podia, ou seja, ver televisão o dia todo. Claro, alternando com um jogo de bola, taco, botão ou “bulita”; qualquer coisa menos abrir um livro ou escrever uma linha sequer.





Acompanhei minha filha passando por este processo nos últimos dias. A contagem regressiva, a ansiedade, os planos...


São quinze dias.


É um tempão para quem não tem nada o que fazer. Ficar "de papo pro ar" pensando bobagens, brincando no condomínio com as amigas ou mesmo “vegetando” no MSN como ela diz.





“Vegetar” é um verbo que ganhou nova conotação. Uma das novas expressões que surgem aqui em casa de vez em quando. Creio que em todas as casas onde vive um adolescente. Volta e meia ouço algo novo que, num primeiro momento soa estranho e parece fora de contexto, “se pá” ela me atualiza e passo a entender o significado daquilo.





Bem, finalmente começaram as férias, mas e agora? Os pais não estão em férias... Creio que a maioria trabalha. Pelo menos deveria ser assim, e hoje em dia poucas mães são donas de casa como antigamente.

Quem felizmente tem um emprego dificilmente consegue férias ou uma folga neste período de inverno, e aí, o que fazer com os filhos?


As “crianças” fizeram muitos planos; visitar a prima no interior, ficar uns dias na casa de alguma amiga, trazer as amigas uns dias para casa, mas tudo isso exige a colaboração dos pais que levam e trazem pra lá e pra cá e têm que ficar em casa para cuidar dessas figuras. Crianças pequenas necessitam de um adulto por perto o tempo todo pra atendê-las ou impedir que se matem, já os adolescentes e pré-adolescentes deveriam ter no mínimo dois.




Imagine duas ou três gurias dos seus 12, 13 anos, confinadas em um apartamento o dia inteiro sem alguém pra coordenar. Não sei o que pode acontecer, mas imagino algumas coisas estranhas.





Quando os filhos são pequenos a gente pensa que crescendo darão menos preocupação, mas a intensidade não muda; só o gênero.

Crianças e adolescentes estão sempre testando; os aparelhos domésticos, seus limites... Experimentando coisas novas, sejam emoções ou emulsões, mas procure entender e lembrar os seus tempos de piá, quando os hormônios eram fabricados em escala industrial e a emoção dominava a razão.





Vamos relaxar e curtir esse curto período com eles da melhor maneira possível. Se não podemos partilhar o dia, temos a noite. Pense que o dia pode ter sido um tédio e este momento aguardado com muita expectativa.





Enfim, novamente me atrevo a dar um recado: aproveitem os momentos e as férias de Julho poderão ser tão prazerosas para nós quanto são para eles.

Façam juntos as coisas que normalmente não são possíveis ou permitidas, mesmo que seja assistir TV o tempo todo...







Aquele abraço.








Um comentário:

lucia disse...

excelente artigo!
na forma e conteúdo
parabéns

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