Vocês
sabiam que é proibido falar ao celular em agências bancárias?
É
para evitar o tal golpe da “saidinha”, quando os bandidos observam as pessoas
sacando dinheiro e ligam para os comparsas que estão esperando lá fora. Se não
puderem usar o celular não poderão avisar os comparsas sobre os saques dos
clientes.
Muita gente sabe disso, mas pouca gente liga. É uma lei como a maioria das outras, que não é cumprida, porque a
fiscalização é frouxa e porque as pessoas não dão bola. Precisa telefonar ou
atender à chamada, fala e pronto. Está “no seu direito”. As pessoas sentem-se
prejudicadas se são impedidas, mesmo sendo exclusivamente para sua proteção.
Assim como as famigeradas portas giratórias. Tem gente que surta quando fica
trancada na porta, mas não se da conta de que é só por causa destas que ninguém
entra armado em banco.
Vocês
sabiam que tem outra lei que proíbe aparelhos sonoros em transportes coletivos?
Rádio, MP3, MP4, Ai isso, Ai aquilo, qualquer coisa que toque músicas, mesmo
boas, em volume alto. Não sei se é uma nova ou é reedição de outra antiga, pois
lembro de já existir esta lei quando eu era jovem.
Deveria
existir uma lei que proibisse proferir palavras de baixo calão em lugares
públicos. Existe? Sério? Mais uma desprezada...
Semana
passada fiquei com pena de uma senhora que sentava à frente de dois rapazes no
ônibus. Os caras falavam muitos palavrões, mais do que não-palavrões numa
conversa que deveria ser normal. Em altos brados, e esta é outra coisa chata.
Porque as pessoas falam tão alto? Dificilmente ando acompanhado no ônibus, mas
quando encontro alguém e conversamos, o tom é baixo, não por ser segredo, mas
por que ninguém tem nada a ver com os meus assuntos. Tem aqueles que vão em
dupla, sentam os dois na janela, um na frente do outro e ficam conversando.
Assim
é no celular também. No ônibus, no shopping,
no restaurante, fala-se ao celular, agora ilimitado, como se falasse com a
vizinha do outro lado do muro. Nem precisaria do telefone.
Esses
dias enquanto almoçava, uma moça na mesa ao lado falava ao celular. Alto. Muito
alto.
E
não parava de falar, intimidades, reclamações, fofocas. E comia, e falava com a
boca cheia. Uma hora quase pedi para que ela repetisse, pois não havia
entendido o que dissera.
Às
vezes me espanto com certas pessoas, como podem ter tanto assunto? Falam e
falam e perguntam. Não que ache ruim, nada contra, apenas estranho. Até invejo,
porque não sou de falar muito. Ao telefone então, menos ainda. Dou meu recado,
até converso um pouco, mas saio do ar em seguida, e procuro falar baixo.
Não
sei se isso é uma questão de educação ou bom senso. Também não sei se tenho
razão, só que estas coisas me incomodam. O excesso de direitos hoje
em dia, ou melhor dizendo, o direito excedido nos seus limites. Antigamente a
gente aprendia assim: os teus direitos acabam onde começam os direitos do
próximo, mas esta deve ser mais uma “lei” revogada pela sociedade moderna.
Aquele
abraço!