sábado, 25 de fevereiro de 2012

Motoqueiro ou motociclista?



Pilotos de motocicleta, em geral abominam a denominação “motoqueiro”. Exigem que quando citados use-se “motociclista”.

Motoqueiro lembra aquele cara arrojado, moleque, inconsequente, que faz manobras arriscadas, anda em alta velocidade e se expõe a toda sorte de acidente ou tragédia. Já, motociclista lembra uma pessoa mais consciente, centrada, careca, talvez um contabilista, com calça de tergal, óculos, bigode, que pilota a moto com cuidado extremo.

Há também quem divida estes grupos entre os que trabalham com a moto e os que se utilizam dela para lazer. Mas e se o cara faz as duas coisas? Se trabalha com a moto e também se diverte com ela?
Nas suas folgas deixa de ser motoqueiro e passa a ser motociclista? Entra em uma cabine telefônica, troca de roupa e vira outra pessoa, com hábitos e comportamento diferentes?
E se o cara tem uma motoca para trabalhar e uma Motocicleta para lazer? Vai pilotar cada uma de um jeito?

O termo “motoca” surgiu lá pelos anos 70 do século passado para designar as motocicletas de menor cilindrada que se popularizaram e tomaram conta das ruas. Oras, se anda de motoca: motoqueiro!
Antes, só existiam motocicletas, e antes ainda o que se chamava de motociclo, consequentemente só existiam motociclistas.

Enquanto as pessoas se perdem nesta discussão de semântica, sinonímia, conotação ou denotação, eu vou andando de moto, cada vez mais livre, cada vez mais feliz.

Existe uma grande diferença entre pegar a estrada montado na moto ou sentado no carro. Não temos ar-condicionado nem som, em compensação, não temos engarrafamentos, e a minha gata bem agarradinha em mim não é atentado ao pudor ou atitude perigosa. Sofremos com chuva, frio, lixo, desrespeito, desconforto, em compensação... Bem, deixa pra lá. Não tem explicação.

Dizem que motociclista consciente é ex-motociclista. Não anda mais de moto, mas eu não concordo. A gente anda, porque é bom, é rápido, fácil, econômico, prazeroso... Só é um pouco perigoso, mas ninguém morre na véspera. Dá pra andar de moto sem se arriscar, com cuidado e alguma paranóia.

Como disse antes, não sei onde me enquadro, onde me enquadrarei ou onde me enquadrarão. Motociclista, motoqueiro, tanto faz, até porque, além de não me importar muito com opiniões, não gosto de rótulos, principalmente em mim, e não me vejo em nenhum destes dois estereótipos.

Então passei a me sentir total, com meu sonho de metal...



Aquele abraço!


3 comentários:

Anônimo disse...

Muito interessante teu devaneio entre motoqueiro e motociclista,eu diria o seguinte,simplificando:Motoqueiro é mais aventureiro,se arrisca mais,mais inconsequente,ja motociclista vai com mais calma,é mais responsável.Depois desta cronica vou passar a dizer que tenho um filho e um genro motociclistas.Bjs
Marlene

Anônimo disse...

Beleza meu! Comecei agora a ver os preços de motos. Me empolguei!

Grande Abraço.
Rudinei

Marcus disse...

Pior que ouvi falar que tem motos BMW que tem até ar-condicionado, algo tipo macacão refrigerado e tal... Também tem algumas com som, e bem alto por sinal.

Postar um comentário