terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Sócio



-       Opa...
-       Daí?
-       Tudo bem?
-       Tranquilo...
...
-       Quem é esse cara?
-       Meu sócio.
-       Sócio?
-       É. Ele tá saindo com a minha mulher.
-       ...
-       Que foi?
-       Tu ta brincando, né?
-       Não.
-       Com a Lu?
-       ... e tu te preocupa é com ela?!?!
-       Não... Quer dizer, sim... Não... É que fiquei meio confuso. Surpreso...
-       Porque?
-       Sei lá, ela não parece ser... “dessas”.
-       E eu, pareço ser “desses”?
-       NÃO! Para com isso...
-       Ta bom...
-       Ta, e  tu fica nessa tranquilidade?
-       Que que tu quer que eu faça?
-       Sei lá; tu não te abala?
-       Cara, ela tá feliz. Ela estando feliz, me deixa em paz. Não fica enchendo o saco com dançar, teatro, encontros com amigos, visitas pra mãe...
-       ...
-       Nem sei há quantos meses não vejo a minha sogra. Que mais que eu posso querer?
-       Ta certo, mas, eles sabem?
-       O que?
-       Que tu sabe...
-       Claro que não! Nem podem.
-       Mas...
-       “Mas” nada... Se ficam sabendo que eu sei, vão achar que todo mundo sabe, aí o negócio vira manchete e eles perdem o respeito.
-       Respeito?
-       Claro. Enquanto eles acharem que eu não sei de nada, eles mantêm o decoro, fazem tudo escondidinho, na moita.
-       Mas que diferença faz pra ti? Por acaso deixa de ser traído?
-       Não, mas isso não tem a menor importância. Já que eu sou corno, deixa eu tirar algum proveito disso. O corno é sempre o último à saber. Eu tive o privilégio de saber antes. Acho até que ninguém mais sabe. Só eu...  E agora tú.
-       Nem sei se é verdade. Tu quem tá dizendo...
-       Faz tempo já.
-       Tu não sente ciúmes?
-       Ciúme é sinal de insegurança. Eu não preciso desconfiar dela, eu sei...
-       ...
-       E ele é legal com ela. Trata ela bem, dá presentes, não muitos pra não dar na vista, mas ta me economizando uns pilas...
-       Sei...
-       E tem outra; ela anda um doce comigo. Cheia de gentilezas, fazendo tudo o que eu quero e mais um pouco. Nem reclama mais do nosso futebol.
-       Capaz...?!?!
-       Mais uma coisa, ta com a libido a mil. Um monte de coisas que ela não gostava e não fazia, agora faz e gosta. E pede! Acho que foi ele quem ensinou. Sabe como é...
-       Não sei não!
-       ...
-       hmmm...
-       Que foi?
-       Tava pensando...
-       O que?
-       A Nadinha...
-       A tua mulher?
-       É...
-       Que que tem?
-       Ela anda tão gentil comigo... Me assediando na cama.
-       Sei...
-       Que foi?
-       Sei lá... Há quanto tempo ela não te pede nada?
-       ...


Esta é uma obra de ficção.
Qualquer semelhança com nomes, datas e/ou acontecimentos reais terá sido mera 
coincidência, principalmente em relação à minha namorada (espero), e à
minha sogra, a quem adoro e que não se encaixa de forma       
alguma no estereótipo comum de sogra.            
Um Beijo Dna Marlene.           
  

Aquele abraço!

4 comentários:

Paulo Hoff disse...

Genial !
hehehehehehe

Anônimo disse...

Oi!Junior eu nâo conhecia,

essê teu lado humoristico, gostei.

Tua mâe.

Anônimo disse...

demais!
Endrigo

Anônimo disse...

Tudo gira em torno de custo/benefício...o Potter sempre diz: se tu não foi corno ainda será.
Muito legal este lado humorístico.
Abraço!
Luiz Augusto

Postar um comentário