segunda-feira, 24 de maio de 2010


Vai um cafezinho?


Sabe, sou meio chato. Alias, acho que sou bem chato. Alguns dizem que sou muito chato, outros, que sou extremamente chato, mas a maioria concorda, desconsiderando o grau, que a chatice é uma caracterísica forte da minha personalidade. Existe uma minoria ainda em dúvida.

Por exemplo, gosto muito de café, mas, como é difícil achar um café bom..! Quando falo em café, não refiro-me apenas ao líquido que sorvemos, sorveríamos ou sorveremos (gostei de escrever isso), mas ao evento, com todos os detalhes que o envolvem, precedem e sucedem (também gostei de escrever isso).

Desde o momento em que a idéia começa a se formar no subconsciente, até a parte do “vamos tomar um café?”, chegando ao “Ahhh...” ou “Hmmm...” que nos escapa ao degustarmos, quente, perfumado e saboroso o nosso café. Porém, encontramos cada vez mais dificuldades na busca desta satisfação. Me avisaram que com a idade o prazer daria mais trabalho e o trabalho mais prazer, mas não que isso atingiria o meu cafezinho...

Temos alguns bons cafés (café casa, não café bebida), em Porto Alegre, mas às vezes é difícil encontrá-los. Quando o lugar é bom, o café é ruim; quando o café é bom, o atendimento é meia-boca; Uns têm espaço para fumantes, outros SÃO o próprio espaço para fumantes, uns têm jornais e revistas, outros têm jornais e revistas velhos...

Claro, quem toma um cafezinho só “pra esquentar” ou “pra fumar”, geralmente não da muita bola a detalhes como estes, mas se quer um lugar para sentar e tomar aquele Café Ritual, aí o negócio é diferente.

Como voces estão percebendo, sou mesmo chato, mas não sou intransigente. Relevo muitos destes dissabores quando o café (bebida), é bom, bem preparado e saboroso, mas nada é suficientemente atenuante para um café ruim.

Para meu deleite, de uns tempos para cá, estas casas proliferaram e temos muitas opções em qualquer ponto da cidade. Em todos os shoppings existem várias cafeterias; em alguns pontos da cidade temos cafés na rua, junto a livrarias, enfim, espraiados pela nossa capital, então podemos buscar o café perfeito e até transformar esta busca em mais uma atividade de lazer.

Na Cidade Baixa, onde trabalho agora, procurei muito até encontrar um lugar para o meu café pós-almoço, porque café de restaurante, cá pra nós, não dá pra encarar. Faço uma referência, não, uma reverência ao Principado de Astúrias Café, na Fernando Machado, próximo à Borges, onde se toma um café forte e encorpado como deve ser o bom expresso, muito bem preparado pelo proprietário, o Seu Francisco Rodriguez, um espanhol simpático que veio lá da região de Astúrias preparar este cafezinho gostoso pra gente.

Ali posso, descansadamente, tomar meu café sob as árvores, num clima perfeitamente afinado com a região do Centro Histórico de Porto Alegre.

Em nome dos admiradores de café, peço que prestem atenção quando forem tomar um cafezinho; ao sabor, ao aroma; sorvam com cuidado, sem alterar o sabor com açúcar ou adoçantes, e principalmente, exijam que seja preparado com o devido respeito.


Aquele abraço.


sábado, 15 de maio de 2010


Administração


Porque as pessoas não fazem o que se espera delas?

Eu faço o meu trabalho da melhor forma possível. Não fico pensando na melhor desculpa a dar para o meu chefe, ao meu cliente. Preocupo-me em fazer funcionar. No máximo a gente tenta negociar o prazo ou consegue alguém para ajudar, de forma que a coisa saia e funcione bem, evitando ou diminuindo problemas futuros.

Trabalhando com tecnologia a gente acostuma com a insatisfação do cliente. Sempre tem uma coisa a mais que não foi solicitada ou não foi bem explicada, mas trabalhamos para que esta insatisfação seja mínima e apenas por estes motivos, não por falha nossa.

Quase todo mundo que eu conheço age desta forma. Trabalha sério e procura cumprir com suas obrigações.

Porque na política e na administração pública não é assim?

O que faz essas pessoas diferentes de nós? Não cumprem suas promessas e obrigações, e especializam-se em dar desculpas e em repassar a responsabilidade. Quando se candidatam a qualquer cargo, prometem o céu, pois sabem que ao assumirem, poderão empurrar com a barriga indefinidamente ou colocar a culpa em alguém.

A impressão que se tem, olhando daqui de fora, como simples cidadão, ignorante dos meandros e complicações da administração pública, é que os caras só fazem o que não da para evitar.

Existem as demandas, existe a equipe, existe o material ou a verba para a sua compra ou para alguma outra despesa, existe tempo, enfim, toda a logística para realizar qualquer das tarefas ou obras, mas a coisa não anda. Não sai do papel.

Ando pelas ruas temendo por minhas articulações ou pela suspensão do carro, dependendo do caso, pois as “calçadas” e as ruas competem em má conservação. Se preciso saber para que lado ir, tenho que perguntar, pois as placas de sinalização e de orientação estão ilegíveis, amassadas, depredadas ou pior, sumiram. Só tem o poste onde deveria ter uma placa.

Aliás, foi por isto que resolvi escrever. Nunca vi nada parecido, e olha que já não cozinho na primeira fervura. As placas descascando a pintura, perdendo as letras.

Impressiona o abandono geral. Calçadas e ruas intransitáveis, parques e praças abandonadas, paradas e corredores de ônibus, tudo imundo e caindo aos pedaços.

Ainda bem que este ano tem eleição, mesmo não sendo para prefeito, nestes períodos o governo aparece de forma intensa na cidade.


É brabo...


Aquele abraço.