domingo, 14 de abril de 2013

Insucesso



... Não é a mesma coisa que fracasso. Eu acho...
Será que já fracassei na primeira frase, ou foi um sucesso? O resto do texto dirá...
Fracasso soa mais forte. Forte até demais. Insucesso a gente diz quando alguma coisa pequena não da certo ou quando qualquer coisa funciona mais ou menos, ou então quando queremos preservar a autoestima, nossa ou alheia, admitindo o fracasso, mas não muito.
Na real são sinônimos. Um é tosco, seco, o outro é mais delicadinho, politicamente correto, apesar de gramaticalmente duvidoso. Tão duvidoso quanto o resultado do que quer que tenhamos tentado e não funcionou.
Quando a gente não quer ofender o fracassado ou quer preservar a sua imagem, aí vem o insucesso amenizar o seu fracasso.
Insucesso é coisa de político. Não duvido que tenha sido usado pela primeira vez numa sessão da câmara dos deputados daquele país rico situado no meio do Brasil.
Insucesso é para os fracos. Os fortes fracassam sem temor, sem frescuras, sem mimimi. Macho assume o seu fracasso, levanta, sacode a poeira e da volta por cima, mesmo saindo por baixo.
Errou, perdeu, se deu mal? C’est la vie. As pessoas normais passam por isso muitas vezes na vida. Escolhemos se aquilo será um fracasso dissimulado em insucesso que levaremos na bagagem pelo resto da vida ou se aproveitaremos a lição deste tropeço, encarando, assumindo a responsabilidade, admitindo o erro estratégico.
Há casos nos quais não somos responsáveis diretos, quando, por exemplo, alguém nos puxa o tapete. Mesmo assim temos a coautoria. Por não sabermos avaliar os sócios, colegas, parceiros, por não saber interpretar os sinais. 
Ah, os sinais... tão preciosos e ignorados...
Então é isso. Fazer do limão uma limonada é fácil, mas precisamos saber onde está o açúcar, senão vai ficar a mesma coisa amarga.
Um fracasso bem fracassado pode ser edificante se soubermos trabalhá-lo.
Não tenho problema em assumir meus erros, pois sempre que erro foi tentando acertar, e admitindo o erro posso aprender com ele e evitá-lo no futuro.
Eu disse “posso aprender com ele”, não quer dizer que eu consiga... Acabei de levar outro tombo. Já perdi as contas de quantas vezes, e eu sempre penso e repenso, e juro que não vou mais repetir, que da próxima vez será diferente, que vou mudar e bla, bla, bla...
É brabo...
Acho que não nasci pra isso, sei lá. Mas ninguém pode dizer que eu não tento, nem que eu não me esforço. Isso seria uma inverdade...
Inverdade? Putz, vai começar tudo de novo...


Aquele abraço!